segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Complexidades


Uma experiência relatada por Laurent Thévenot, realizada com alunos da Universidade de Stanford - os sujeitos da experiência recebem a seguinte informação: "Linda tem 31 anos, é celibatária e muito brilhante. Não deixa coisas por dizer. Estudou filosofia. Enquanto estudante, preocupavam-na muito as discriminações e as questões de justiça social e participou em manifestações anti-nucleares". Seguidamente, os sujeitos deveriam classificar por probabilidade uma série de proposições, entre as quais as seguintes: "Linda é caixa de um banco"; "Linda é caixa de um banco e militante feminista". A maioria dos sujeitos (mais de 85%) consideraram que a segunda afirmação era mais provável, não obstante todos eles terem sólida formação em estatística e conhecerem, portanto, o Teorema de Bayes, que nos diz que a probabilidade de ocorrência de um evento conjugado, A e B, é inferior ou igual à probabilidade de ocorrência de cada um dos seus termos, isoladamente, A ou B. Verifica-se aqui a existência de diferentes formas de construir juízos, nomeadamente sociais. Numa delas, existe uma análise derivada de uma modelização estatística. Noutra, a avaliação das probabilidades de um determinado evento produzido ou característico de uma pessoa é pensada em termos do seu carácter, da sua personalidade ou de qualquer outro elemento que se pense permitir apreciar a coerência ou consistência de duas ou mais descrições caracterizadoras de alguém.

sábado, 19 de janeiro de 2008

A acção no plural


Laurent Thévenot (acima) e Luc Boltanski

Imagens retiradas de http://ihome.cuhk.edu.hk/~b102437/congress/scripts/thevenot.html e de http://www.sauramps.com/article.php3?id_article=309

Trabalho, neste preciso momento, sobre o conceito de acção social. Retaguarda frequentemente oculta de toda e qualquer tentativa de explicação ou compreensão sociológica, é, não raramente, fonte de confusões e imprecisões analíticas, por demasiadas vezes esquecida.
Trabalho o quadro teórico sobre a acção desenvolvido por Luc Boltanski e Laurent Thévenot, procurando articulá-lo com autores como Max Weber ou Paul Ricoeur (sim, o filósofo). Conceitos como regimes de acção, acção justificativa, convenções, crenças e acção conveniente, mundos, provas e hierarquias de grandeza, ordens de acção e laços sociais são alguns dos muitos que me atormentam por estes dias.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Max Weber

Imagem Retirada de http://marianunezgarrido.blogspot.com/2007/10/max-weber-despus.html
Um verdadeiro génio. Legou-nos uma obra que, de tão monumental e complexa, ainda hoje, cem anos depois, permanece desconhecida dos sociólogos em muitas das suas implicações e possibilidades analíticas. Há que voltar a ler Max Weber.