domingo, 10 de fevereiro de 2008

O espaço da incerteza

Vista de Tóquio, retirada de http://favoritos.wordpress.com/2007/01/18/toquio-by-night/

Desde o século XIX que o fenómeno urbano veio ganhando uma dimensão preponderante nas formas e modalidades de organização do nosso quotidiano, ao mesmo tempo que, paradoxalmente, crescentemente se afigurou como um facto social, ao estilo das leituras mais coisistas que se podem fazer a partir da obra de Durkheim, uma espécie de fenómeno exterior e coercivo, que parece não podermos controlar. Desenvolvendo-se de acordo com uma estratigrafia espacial e padrões de mobilidade extremamente complexos, articulando-se de forma multidimensional com a vida social e cultural das populações que, sucessivamente, o produzem, o urbano permanece um mistério em muitas das suas dinâmicas específicas e, sobretudo, na sua dimensão futura. Longe dos tempos da lisibilidade da cidade, enquanto unidade administrativa, funcional e simbólica relativamente bem delimitada, hoje estamos, mesmo, como muitos defendem, para lá da metrópole, a viver domínios relacionais que assaltam e surpreendem territórios e populações espacialmente disseminados e não contíguos, organizando uma geometria de fenómenos perfeitamente imprevisíveis. Como responder a perguntas simples, como: "Para onde vamos?"

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Complexidades maiores

Edmund Husserl, fundador da fenomenologia
(Imagem obtida em http://pt.wikipedia.org/wiki/Edmund_Husserl)
Como fazer reunir de modo coerente, num quadro conceptual apto para a produção de dispositivos investigativos, metodologias simultaneamente capazes de dar conta das representações cognitivas num sentido fenomenológico (Cfr. Edmund Husserl), racional ou estratégico (Cfr., por exemplo, a teoria dos jogos) e convencional (Cfr. análise das convenções no seio da acção justificativa)? Weber talvez seja um bom ponto de apoio para iniciar a reflexão; tal como Laurent Thévenot que, aliás, levanta toda a questão.