sábado, 30 de outubro de 2010

Turismo cultural, territórios e identidades

Saiu recentemente um livro, coordenado por Maria da Graça Poças Santos, no qual figura um capítulo por mim escrito, recuperando um texto de há alguns anos. Resolvi partilhar a informação aqui. Remeto para o endereço no Facebook da Editora, a Afrontamento.

http://pt-pt.facebook.com/note.php?note_id=135244129854987

sábado, 16 de outubro de 2010

Weller e o Estado

Muito embora já sobre ela tenha passado uma década, a entrevista de Jean-Marc Weller disponível através da hiperligação seguinte permanece com uma actualidade total. O autor aborda o trabalho realizado nas «burocracias» do Estado, designadamente ao nível daquilo a que chama a «baixa administração», de uma forma tão original quanto fecunda e possibilitadora de reorganizações perceptivas sobre o funcionamento dos organismos públicos.


http://www.vacarme.org/article27.html

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A quem possa interessar

Deixo abaixo a hiperligação para um artigo que tive a oportunidade de escrever com o Prof. Doutor José Manuel Resende, da Universidade Nova de Lisboa e que está agora disponível, através da Universidade de Nice.

http://revel.unice.fr/symposia/actedusoin/index.html?id=649

Conferências

Michael Burawoy no ISCTE, em Lisboa


Imagem extraída de : http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1353622



Deixo abaixo a hiperligação para duas conferências, ocorridas num congresso da American Sociological Association, com introdução de Michael Burawoy, sob o tema genérico The Future of Neoliberalism. As conferências são do antigo presidente da República do Brasil, Fernando Henrique Cardoso (que é sociólogo) e do Nobel da Economia Paul Krugman. A não perder.

Etnografia global?

É com palavras irónicas que Michael Burawoy abre o livro por si dirigido, Global Etnhography. Deixo-as aqui expostas.

«How can ethnography be global? How can ethnography be anytinhg but micro and ahistorical? How can the study of everyday life grasp lofty processes that transcend national boundaries? After all, participant observation, as sociologists have crafted it, aims for the subjective interpretation of social situations of the foundations of human interaction. It was designed to elucidate social processes in bounded communities or negotiated orders in institutions. It was incontrovertibly intended for the small scale. It was not certainly not meant for the global!»
Michael Burawoy, Global Ethnography

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Memória III

Edward Shils
« Segregação e disciplina do carisma intenso

Todas as sociedades procuram tomar algumas precauções em relação àquelas pessoas cujas acções são motivadas pela possessão da legitimidade carismática. No interior dos sistemas religiosos, as ordens monásticas cenobíticas ou anacoréticas constituem estruturas institucionais para a segregação e controlo daqueles que estão dotados de carisma, isto é, àqueles que que têm uma predisposição para ressentir um contacto directo com poderes transcendentes. Desse modo são afastados do local da rotina e ao mesmo tempo a sua qualidade carismática é preservada e disciplinada no interior da ordem legítima da colectividade religiosa, na qual uma certa quantidade de atenuação e dispersão do carisma foi conseguida e fixada.

As universidades, que têm de reproduzir muitos padrões de pensamento e avaliação estabelecidos e que têm de manter tradições, enfrentam problemas semelhantes ao tratarem com pessoas jovens com grandes inclinações carismáticas intelectuais e morais. Através da instrução e da investigação, tentam disciplinar essas inclinações carismáticas e orientá-las, pelo menos a princípio, para os problemas aceites e para a visão aceite da ordem da natureza. A descoberta de verdades totalmente novas através da intuição, quando não é controlada pelas técnicas reconhecidas de observação e interpretação, é rejeitada. Aqueles que insistem em utilizar a sua intuição são quer expulsos, quer obrigados a submeter-se à disciplina prevalecente. (...)

Através da segregação, os guardiões das esferas de rotina da vida social mostram ao mesmo tempo o seu receio da natureza disruptiva do carisma intenso e concentrado e a sua apreciação de uma virtude que exige o seu próprio reconhecimento. No entanto, apesar destes esforços para limitar aqueles que possuem tendências carismáticas muito fortes a situações em que eles possam operar carismaticamente e para os submeter à disciplina da institucionalização, os limites são por vezes transgredidos. Os guardiões da ordem de rotina mantêm um reforço contínuo das barreiras contra a movimentação livre das pessoas carismáticas. Nem sempre têm sucesso. (...) Houve ciências que foram revolucionadas por inteligências carismáticas que ninguém conseguiu suprimir; géneros artísticos foram transformados, apesar da resistência da ortodoxia, pelos portadores de uma sensibilidade original, carismática».

Edward SHILS, Centro e Periferia.