quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Laurent Thévenot - Conferência

Por sugestão de um colega que, além de profissional, é também, se assim o posso dizer, um «amante» de sociologia, pus-me a procurar conferências e entrevistas de sociólogos no YouTube. Encontrei uma conferência de Laurent Thévenot, que aqui deixo. É com muito prazer que aqui exponho uma ínfima parte do trabalho deste grande sociólogo (também economista), com quem já tive a grata oportunidade passar alguns momentos discutindo trabalho sociológico e a cujo trabalho recorro muito frequentemente.

http://www.youtube.com/watch?v=z3GD7cFVvq4

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Formação e Identidades

Deixo abaixo a ligação para um blogue (que vou fazer figurar na coluna lateral deste) que disponibilizo às turmas de um mestrado em que lecciono. Faço-o por me parecer que pode ter interesse para quem se interessa pelas matérias aí trabalhadas e no dia em que surgem os produtos finais de mais um semestre.

http://formacaodeadultoseidentidades.blogspot.com/

Plagiar compensa (?)

Não resisti a colocar aqui a ligação para uma notícia muito interessante.

http://pt.euronews.net/2011/02/18/universidade-pressiona-ministro-alemao-da-defesa-para-responder-a-acusaces-de-/

Uma questão de foco



Sociologists in my tradition routinely seek understanding of social organizations by looking for trouble, for situations in which people complain that things aren't as they should be.

Howard BECKER, Telling About Society

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Carta às almas piedosas (apócrifa)

Que horror me causam os livros, Senhores; que horror eles me causam. Que horror às boas almas hão-de causar. Pois quê? Não se encontram, neles, mirabolantes viagens, impiedosas sátiras, indigestas ironias, perturbadores conceitos? Onde, se não nos livros, se vislumbram iguais - e ainda maiores - artifícios? Isso, artifícios - com que essa turbamulta de escrevinhadores espalha o mal e a sua sombra por esta nossa terra.
Tomemos o caso da juventude; é nos livros que ela se corrompe. É pela leitura, estranho e esotérico labor, que se impõem aos espíritos fracos dos mais débeis dos jovens perniciosas e deletérias mentiras. Ou não é nos seus prometidos caminhos que os mais novos julgam discernir a prática de se questionar a ordem natural das diferenças?, a pretensão de se raciocinar de modo dito autónomo e individual (expressões vazias, cujo sentido se desconhece e a nada correspondem, pois claro)?, de se desrespeitarem, enfim, a regra e a ordem estabelecida das coisas?
Que desequilíbrio, Senhores - e que imperfeição nos traz a leitura. É no próprio tecido das coisas que penetram suas artes de engano, as mesmas que sugerem possível alterar o olhar e o pensar dos homens. Velhos e novos, grandes e pequenos - assim se encontram, sem disso se darem conta, distantes da realidade e caídos no vazio exorbitante da especulação indolente!
É a soberba, a jactância, o egoísmo dos leitores, esse género decaído de homens; não os ouvis? Acaso não os ouvis perguntar sobre a razão da hierarquia?; sobre a causa das coisas?; sobre a natureza do próprio pensar? Assim constroem essa insuportável e arrogante distância sobre a urgência das coisas, assim julgam subtrair-se à necessidade verdadeira, imponente e toda-poderosa do mundo. Como esse infame e pusilânime Português, que, dissoluto, sugeriu que os havia - aos que se vão da lei da morte libertando.
Senhores, que tempos bons, os da minha aldeia! Quando o horizonte era o do olho e não havia notícia de semelhantes desregramentos. Puxava o boi o carro sem se perguntar o porquê de fazê-lo e sem, por isso, deixar de saber como e para onde ia!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Goffman sobre a prestação de serviços especializados

«The type of social relation I will consider (...) is one where persons (clients) place themselves in the hands of other persons (servers). Ideally, the client brings to this relationship respect for the server's technical competence and trust that he will use it ethically; he also brings gratitude and a fee. On the other side, the server brings: an esoteric and empirically effective competence, and a willingness to place it at the client's disposal; professional discretion; a voluntary circumspection, leading him to exhibit a disciplined unconcern with the client's other affairs or even (in the last analysis) with why the client should want the service in the first place; and, finally, an unservile civility.»
Erving GOFFMAN, Asylums