Uma experiência relatada por Laurent Thévenot, realizada com alunos da Universidade de Stanford - os sujeitos da experiência recebem a seguinte informação: "Linda tem 31 anos, é celibatária e muito brilhante. Não deixa coisas por dizer. Estudou filosofia. Enquanto estudante, preocupavam-na muito as discriminações e as questões de justiça social e participou em manifestações anti-nucleares". Seguidamente, os sujeitos deveriam classificar por probabilidade uma série de proposições, entre as quais as seguintes: "Linda é caixa de um banco"; "Linda é caixa de um banco e militante feminista". A maioria dos sujeitos (mais de 85%) consideraram que a segunda afirmação era mais provável, não obstante todos eles terem sólida formação em estatística e conhecerem, portanto, o Teorema de Bayes, que nos diz que a probabilidade de ocorrência de um evento conjugado, A e B, é inferior ou igual à probabilidade de ocorrência de cada um dos seus termos, isoladamente, A ou B. Verifica-se aqui a existência de diferentes formas de construir juízos, nomeadamente sociais. Numa delas, existe uma análise derivada de uma modelização estatística. Noutra, a avaliação das probabilidades de um determinado evento produzido ou característico de uma pessoa é pensada em termos do seu carácter, da sua personalidade ou de qualquer outro elemento que se pense permitir apreciar a coerência ou consistência de duas ou mais descrições caracterizadoras de alguém.
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