sexta-feira, 9 de abril de 2010

Do imediato

Manuel Silvério Marques sobre o Tratado da Evidência de Fernando Gil:

"Salvo melhor opinião, a pergunta princeps de F. Gil no Tratado da Evidência é a seguinte: de que modo os elementos da evidência a podem constituir e como se reúnem para tal? (Os elementos da evidência são múltiplos e heterogéneos: experiência sensorial, sentires ou sentimento, linguagem, metáfora, conceito).

A sua estratégia de investigação/argumentação consiste, parece-me, em fazer refluir as grandes famílias de objectividades ligadas à atenção, à ostensão... à voz..., etc., sobre a experiência subjectiva. Como ultrapassar o fosso entre o sistema conceptual discursivo e lógico e o sistema percepção-linguagem ligado aos afectos, ou mais exactamente, um sentir construído sobre a percepção e a linguagem?

- Através da tematização original da experiência da evidência como um index sui et veri. Destaca, para tal, dois subproblemas:
i. «Como é que a consciência sente e vive... a sua própria experiência linguística e sensível... e, (isso) de uma maneira unificada?»
ii. «Como é que dos sentires nasce a inteligibilidade do sentimento para, por seu turno, se transformar em sentimento de inteligibilidade?»"

MARQUES, M.S. (1996). "Um galo para Asclépio: aproximações à hipótese da passividade originária". Análise, 19, 121-137

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